Alcachofra: Uma flor na mesa



Ao saborear uma alcachofra, além de consumir um poderoso alimento, você estará se
deliciando com uma flor exótica e medicinal. Conheça aqui, as virtudes dessa delícia.
Na verdade, a alcachofra (Cynara scolymus) que consumimos é uma flor imatura,
pertencente à mesma família das margaridas e dos girassóis - a família das
Compostas. Conta-se que ela saiu do jardim e foi para a mesa na época do Império
Romano, quando suas propriedades nutritivas e medicinais foram descobertas e a
alcachofra passou a ser privilégio apenas da mesa de nobres e reis. Hoje, felizmente,
não é preciso ser nobre para desfrutar deste privilégio (apesar do preço ser às vezes
proibitivo!).
Considerada uma iguaria exótica, esta hortaliça parece ter sido feita para ser deliciada
a cada pétala e não para ser devorada. Afinal, dela consumimos apenas a parte
carnuda das "pétalas" e o "fundo" da flor, depois de retirados os espinhos. O trabalho é
compensador, se levarmos em conta suas excelentes propriedades nutritivas e
medicinais: a cada 100g comestíveis, encontramos boas doses de vitaminas do
complexo B, potássio, cálcio, fósforo, iodo, sódio, magnésio e ferro. A lista de suas
qualidades terapêuticas também é digna de registro. Para começar, o sabor amargo
estimula as secreções digestivas. A água do cozimento da alcachofra é um verdadeiro
chá de efeito diurético, estimulante da vesícula biliar e ativador da digestão.
Aliás, a alcachofra é considerada um eficiente auxiliar da digestão e a ciarina –
substância encontrada na planta – pode melhorar as funções do fígado. A medicina
popular já consagrou esta iguaria como um perfeito alimento-remédio, ideal para as
pessoas com problemas hepáticos e para os diabéticos.
Várias experiências realizadas com o extrato da alcachofra atestaram sua eficiência na
redução do excesso de gordura no sangue, porém, o simples fato de consumí-la já traz
inúmeras vantagens, entre elas, o poder de combater anemias e raquitismo, pela boa
dose de ferro e vitamina C que contém.
Proibida para mulheres?
Quando se fala em alcachofra é preciso esclarecer alguns enganos. No início do texto
as palavras pétalas e fundo aparecem entre aspas. Isso porque o que se chama de
"flor" na planta é, na verdade, uma inflorescência. A flor é constituída por um capítulo
de grandes dimensões do qual consumimos apenas o receptáculo carnudo – chamado
"fundo ou coração da alcachofra". As partes chamadas impropriamente de pétalas são
as brácteas da planta.
Feita a observação, vale a pena lembrar que as alcachofras sempre tiveram suas
propriedades reconhecidas. Na Antigüidade, elas já eram utilizadas pelos médicos no
preparo de medicamentos contra a febre, doenças do fígado, reumatismo e até como
antidepressivo. Mas convém contar uma passagem não tão gloriosa desta planta: ao
que parece, por volta do século XVI, o consumo da alcachofra na França chegou a ser
proibido para mulheres. É que a esposa do rei Henrique II, a italiana Catarina de
Médicis, adorava alcachofras e corria a fama de que a iguaria era um poderoso
afrodisíaco. O comportamento da esposa do rei não devia ser muito exemplar, pois,
juntando uma coisa com a outra, acharam que as damas não deviam comer
alcachofras e viram por bem, proibir o consumo apenas pelas mulheres.
Perfeita no prato
As alcachofras foram trazidas para o Brasil pelos imigrantes europeus, há cerca de 100
anos. Nativa do sul da Europa e norte da África é uma planta de clima temperado a frio
(média de 20 graus C) e áreas úmidas. Em regiões quentes vegeta bem, mas não
forma os botões florais comestíveis.
De agosto a novembro, estamos em plena época de colheita da alcachofra. É quando a
encontramos com ótima qualidade e melhores preços. São quatro as variedades mais
encontradas no mercado: Violeta de Proença, Roxa de São Roque, Verde Lion e Verde
Grande da Bretanha.
A maioria dos nutricionistas concorda: o ideal é consumir a alcachofra no mesmo dia
da compra, pois ela começa a perder suas qualidades logo depois de colhida. Na hora
da compra, recomenda-se escolher as que apresentarem talo longo e inflorescência
firme e bem arroxeada. Para os apreciadores desta flor comestível, os "espinhos" só
devem ser retirados após o cozimento - é quando chegamos ao gran finale da iguaria:
o famoso fundo da alcachofra. Outro detalhe: recomenda-se consumir a planta logo
após o cozimento ou preparo, para melhor aproveitamento de suas propriedades
medicinais e nutricionais.
Dicas para preparar a alcachofra:
1. Corte o talo perto da base e lave a alcachofra em água corrente abrindo bem as
pétalas para que a água penetre.
2. Deixe de molho em água com sal e algumas gotas de limão ou vinagre para não
escurecer.
3. No cozimento, use panelas esmaltadas ou em aço inoxidável. As panelas de
alumínio escurecem a alcachofra.
4. O tempo médio de cozimento é de aproximadamente 40 minutos, dependendo
do tamanho e idade da alcachofra. Em panela de pressão o tempo cai para uns
20 minutos.
5. Para saber se a alcachofra está cozida, é só puxar uma folha: se ela se soltar
com facilidade é porque está no ponto.
6. No cozimento, evite o excesso de água: coloque o suficiente para cobrir metade
da alcachofra.
7. Os talos das alcachofras também podem e devem ser aproveitados. Para isso, é
só retirar a parte fibrosa que os envolve, descascando-os com uma faca.
Depois, deixe os talos mergulhados em água com limão ou vinagre durante
alguns minutos e leve para cozinhar por 30 minutos ou 15 minutos em panela
de pressão.
Receitas:
Alcachofra dos Nobres
Corte as pontas das pétalas de 6 alcachofras grandes, deixando-as todas com a
mesma altura. Retire as pétalas mais duras e esfregue as partes cortadas com limão.
Ponha para ferver 8 xícaras (chá) de água com sal e coloque as alcachofras, junto com
metade de um limão. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 30 minutos. Escorra e
deixe esfriar.
Retire, cuidadosamente com uma colherinha, a parte fibrosa central de cada
alcachofra, isto é, os "espinhos". Retire também todas as pétalas, cubra os fundos com
papel alumínio e leve à geladeira. Enquanto isso misture num recipiente 1/2 xícara
(chá) de azeite, 2 colheres (sopa) de suco de limão, 2 colheres (sopa) de vinagre,
salsa picada, 2 colheres (chá) de mostarda e sal a gosto. Retire os fundos das
alcachofras da geladeira e arrume-os numa travessa, sobre as pétalas reservadas.
Espalhe por cima o molho preparado e leve novamente à geladeira, até a hora de
servir.
Alcachofras à Romana
Retire os talos de 4 alcachofras, limpe-as e corte a ponta das folhas. Coloque-as em
uma vasilha com água, sal e limão e reserve. Misture 1/2 pãozinho amanhecido e
ralado com salsa picada e sal a gosto. Escorra as alcachofras, achate-as um pouco no
centro, para formar uma cavidade entre as pétalas e recheie com a mistura. Leve as
alcachofras ao fogo, em uma panela com um pouco de água e óleo. Tampe e deixe
cozinhar até que as pétalas se soltem facilmente.

Fonte: Dicionário ilustrado de jardinagem

Um comentário:

  1. Parabéns, ótimo post. Trabalho com grama natural (Esmeralda e São Carlos) e se alguém se interessa segue o meu contato. Obrigado desde já.

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